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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Sem legistas, IML de PG manda corpos para Curitiba

A seção técnica do Instituto Médico Legal, com sede em Ponta Grossa e responsável pelo atendimento de outros 29 municípios do Paraná, manda cadáveres para Curitiba, por falta de recursos humanos. Este procedimento tornou-se rotina no órgão, causando transtornos aos familiares.

Nesta manhã, o órgão foi chamado para recolher um cadáver na Rua José Kalinoski, no entorno do Parque Shangrilá, em Ponta Grossa. O corpo estava enrolado em um cobertor e apresentava sinais de agressão, como uma perfuração na cabeça. A perícia deveria acontecer na cidade. No entanto, o médico de plantão alegou problemas de saúde e não apareceu para o trabalho. O legista chefe mora em Ipiranga.

O IML enfrenta uma série de dificuldades. Não faltam apenas médicos legistas. Todos os outros setores apresentam deficiências. Com tantos problemas, o órgão não consegue atender à demanda da população e muitas famílias que moram em outros municípios da região passam madrugadas na porta do necrotério.

As reclamações são recorrentes. Em junho deste ano, um acidente na PR-090, entre as cidades de Sapopema e São Jerônimo da Serra, no norte do Paraná, vitimou José Roberto da Cruz, de 58 anos. O senhor teria sofrido um infarto fulminante enquanto dirigia e capotou o veículo – ele morreu ainda no local. O corpo de José Roberto foi encaminhado para o IML e demonstrou a precariedade dos serviços do órgão. A filha de José, Adriana Cristina da Cruz, viajou durante toda a madrugada por 400 quilômetros de Marília (SP) até Ponta Grossa.

Adriana pretendia retirar o corpo do pai junto ao IML para conseguir realizar o velório e enterro. Porém, a moça se surpreendeu ao chegar em Ponta Grossa e encontrar as portas do órgão fechadas. “Para mim, IML funciona em plantão. Nós chegamos aqui às seis da manhã e ficamos passando frio aqui fora. Depois que abriram o lugar, descobri que não tinha médico e que ia demorar tanto assim”, contou a filha da vítima. Adriana teve que esperar quase 12 horas para conseguir enterrar o pai.

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